Artigo
Restauração de amálgama: vale a pena trocar?


Procedimentos clínicos que promovam um sorriso com dentes brancos, livres de restaurações metálicas ou escuras, viraram rotina para os cirurgiões-dentistas com o crescimento da odontologia estética nos últimos anos. Por esta razão também, tornou-se comum a procura pela substituição de antigas restaurações de amálgama e blocos metálicos por materiais estéticos ou da cor do dente, como as resinas compostas e as cerâmicas.

O amálgama odontológico é uma liga de mercúrio com prata, cobre, estanho e outros metais, dependendo do fabricante. Apesar de comprovada a toxidade principalmente do mercúrio, não há estudos conclusivos sobre o desenvolvimento de doenças sistêmicas a partir do amálgama. A sua durabilidade é muito grande porém, além de comprometer a estética, também pode gerar trincas ou fraturas na estrutura dentária remanescente, pois apresenta uma expansão tardia que tem início de 3 a 5 dias após a restauração e pode continuar por meses.

O desenvolvimento de novas resinas compostas melhorou ainda mais a sua capacidade de imitar a estrutura dentária perdida, além de proporcionar aumento da sua resistência e adesão através de novos sistemas adesivos. Por esses motivos e pelas desvantagens já mencionadas das restaurações de amálgama, as resinas compostas se tornaram o material de escolha para as restaurações dentárias deixando o amálgama cada vez mais cair em desuso. Porém, devido ao seu baixo custo, as restaurações de amálgama ainda são utilizadas em serviços odontológicos de áreas mais carentes.

Portanto, levando em conta a pergunta que motivou esse artigo, a minha recomendação é de que, caso o paciente não exija de imediato uma solução estética com restaurações que devolvam a cor original dos dentes, a troca das restaurações de amálgama seja realizada aos poucos quando estas apresentarem algum tipo de falha como fraturas ou nova incidência de cárie.